Com base no sucesso da Campanha de Perceções sobre Espaços Verdes, que recolheu mais de 1.500 contributos de cidadãos sobre o conforto nos parques urbanos, a segunda fase da Campanha de Stress Térmico introduziu uma nova dimensão: a medição. Em 2025, pequenos sensores móveis de temperatura e humidade (TRH) foram utilizados em vários espaços verdes por todo o concelho de Cascais.
Ao combinar estas medições objetivas com as perceções dos cidadãos sobre o conforto térmico, Cascais está a ser pioneiro num modelo híbrido de ciência cidadã. Isto garante que tanto a experiência vivida como a evidência científica são consideradas em paralelo, criando bases mais sólidas para a ação.

Cidadãos e tecnologia a trabalhar em conjunto
A segunda fase foi implementada em sete parques de Cascais, desde o arborizado Parque Urbano da Quinta da Carreira até aos espaços mais expostos do Bosque das Fontainhas e do Parque Urbano da Abóboda. Estes locais foram escolhidos para refletir a diversidade do concelho em termos de cobertura vegetal, densidade urbana e perfis de utilizadores, proporcionando uma visão ampla de como o stress térmico é sentido em diferentes contextos.
Jovens voluntários do Cascais Jovem tiveram um papel central. Eles orientaram os participantes pelos percursos, apoiaram a utilização dos sensores e ajudaram na recolha de dados em tempo real. Esta colaboração não só tornou o processo mais dinâmico como também alargou a participação cidadã e aumentou a representatividade dos resultados.

Principais conclusões
Os resultados destacam o valor acrescentado de combinar dados de perceção com medições ambientais:
- Parques com vegetação densa e sombra, como o Parque Urbano da Quinta da Carreira, proporcionaram os melhores níveis de conforto, mesmo durante os picos de calor.
- Espaços mais expostos, como o Parque Urbano da Abóboda e o Bosque das Fontainhas, registaram temperaturas mais elevadas e menor conforto, tornando-se áreas prioritárias para intervenção.
- Reunir as perspetivas dos cidadãos e os dados dos sensores dá mais confiança aos decisores e garante que a voz da comunidade continua a ser central nas estratégias de adaptação climática.

Transformar dados em ação
A segunda fase é mais do que expandir a base de dados. Trata-se de capacitar os cidadãos, aumentar a consciencialização sobre os riscos do calor extremo e reforçar a responsabilidade partilhada na ação climática. Já agora, os resultados estão a alimentar:
- Atualizações ao Regulamento de Espaços Verdes e Proteção das Árvores
- Prioridades de investimento local para plantação de árvores, sombreamento e redesenho dos parques

Perspetivas futuras
A próxima fase, que decorrerá entre 2025 e 2026, tem como objetivo construir um mapa detalhado do conforto térmico em Cascais. Este mapa fornecerá uma ferramenta prática para moldar um planeamento urbano mais inteligente, justo e sustentável.
Progredindo por etapas, das perceções à medição e em breve ao mapeamento, Cascais está a transformar a ciência cidadã em ação concreta. Esta abordagem está a ajudar a cidade a tornar-se mais saudável e resiliente face às alterações climáticas.

Participe
Para saber mais ou para se envolver neste projeto, envie um email para: clima@cascaisambiente.pt
